Guaraná Jesus: Premiação e Marketing
Por Reginaldo Rodrigues
25/07/2010
Quando ouvimos a palavra Jesus qual é a
primeira coisa que nos vem? No maranhão
é diferente. Jesus é um guaraná, cor de
rosa, tão consumido quanto a Coca-Cola.
O refrigerante, que faz parte da cultura
Maranhense, é motivo de orgulho para a
região norte do país, já que hoje é
consumido também nos estados do Pará e
Piauí, por exemplo. Um amigo de São Luís
disse que o ideal é tomar o refrigerante
comendo o Arroz de Cuxá.
Segundo ele a comida de origem africana
é uma mistura de arroz com camarão seco,
gergelim e outras ervas, que dão um
sabor inigualável e faz do prato,
carro-chefe da culinária do estado.
Voltando ao Guaraná, Jesus ganhou o
Prêmio Internacional de Excelência em
Design, o Idea, maior premiação mundial
em design, e por isso está mais em
evidência do que nunca. A premiação se
deu pela campanha da nova identidade
visual do “exótico refri”. Além de
agradar especialistas em marcas o
resultado final agradou ao público, o
visual ficou mais moderno e a identidade
não foi perdida, pois não houve, segundo
consumidores, alteração no sabor.
O gosto diferente, algo que lembra
canela ou cravo, tutti-frutti, somado às
cores da latinha e ao próprio nome
fizeram com que a bebida se tornasse
popular em todo o Brasil através de
brincadeiras principalmente em Redes
Sociais como o Facebook e o Orkut. Uma
busca na internet mostra imediatamente a
popularidade do simpático refrigerante,
inclusive com vídeos no Youtube bem
engraçados e interessantes.
Mas uma pergunta é inevitável. Com mídia
espontânea, divertida, gratuita e vários
diferenciais, exigência do mercado, por
que o produto não é comercializado em
todo o país? Fácil de responder, a marca
foi adquirida pela Coca-Cola, que não
quer concorrente. E se você pensa que o
nome Jesus é um tipo de homenagem ao
Cristo, enganou-se redondamente, como
eu. O criador do refrigerante, Jesus
Norberto Gomes, era ateu, foi
excomungado e morreu em 1963. A ideia
inicial do farmacêutico era criar um
medicamento, deu errado. Ele transformou
o experimento em uma bebida para seus
netinhos e posteriormente surgiu o
refrigerante que leva o nome dele.
Qualquer semelhança com a história da,
hoje detentora da marca, é mera
coincidência. Na mão de uma empresa com
potencial de investimento, que não fosse
a Coca-Cola, e com todo esse marketing
involuntário, certamente Jesus já
estaria rendendo altos dividendos em
todo o território nacional.
Reginaldo Rodrigues é Graduado em
Comunicação Social com Pós em Gestão
Estratégica em Marketing - Palestrante e
Consultor - Blog:
reginaldorodrigues100.blogspot.com -
Twitter: twitter.com/reginaldorod -
Site: www.rcem.com.br
Créditos das fotos: Renosa