Qual é o meu estilo de liderança
Por Rogerio Martins
21/05/2008
Você já deve ter lido diversas vezes sobre estilos de liderança. Os
tantos estudiosos que se aventuraram a pesquisar e escrever sobre
liderança já traçaram um número incalculável de perfis e estilos de
liderança. Para exemplificar: liderança servidora, liderança
transformadora, liderança delegadora, liderança transpessoal,
liderança baseada em princípios, etc. No livro O Guia dos Gurus,
Joseph e Jimmie Boyett, fazem uma compilação bastante didática sobre
muito do que já se produziu a respeito. Em meio a tudo isso fica a
grande dúvida: qual é o meu estilo de liderança. Ou ainda: qual
estilo de liderança eu devo utilizar?
Sem querer trazer mais um estilo ou perfil ideal afirmo: seja você
mesmo! Simples assim. Existe entre alguns teóricos e muitos
profissionais o grande mito do líder ideal. Isso simplesmente não
existe. Peter Drucker, um dos maiores pensadores sobre gestão de
pessoas e empresas, dizia que é impossível traçar o perfil ideal de
um líder. Ele mesmo já havia trabalhado com pessoas com
características totalmente diferentes daquelas propostas por
diversos estudiosos e ainda assim teve lições de liderança.
É certo que no momento atual de desenvolvimento da humanidade o
fator relações humanas ganhou muito mais espaço do que no início do
século passado. As empresas tendem a gerir seus negócios com ênfase
nos relacionamentos interpessoais e foco no resultado. Diante disso,
o perfil ideal é aquele que adequa a esta nova realidade. Aliás, o
estilo ideal é aquele que se ajusta a cada situação, a cada momento,
a cada grupo de liderados.
Acredito que o maior desafio da liderança no momento não é saber
qual a melhor técnica ou estilo a adotar. Mas, diante das constantes
transformações do comportamento das pessoas no mundo corporativo e
social, o grande desafio é saber como agir eficazmente neste novo
tempo. Como lidar com a diversidade, motivações, expectativas e
exigências das pessoas.
Considero dois aspectos como fundamentais para o melhor desempenho
do papel da liderança: o primeiro é que o líder deve agir conforme
os objetivos que se quer alcançar. Se o liderado for um iniciante ou
sem conhecimento na atividade, se recomenda que o gestor adote uma
postura semelhante ao de um professor. Ensinar, treinar, orientar e
mostrar o caminho do que fazer devem ser as atitudes centrais do
líder. Agora, se o liderado já tiver conhecimento sobre a tarefa ou
experiência para a execução da mesma, o mais indicado é que atue
como um “coach”. O termo “coach” significa treinador, mas não aquele
treinador que fica em cima do seu atleta. Neste caso, o líder deve
agir monitorando as ações de seus liderados, delegando e
distribuindo funções.
O segundo aspecto é conhecer sua equipe. Mais do que dominar a
técnica é preciso entender de gente. Cada vez mais as pessoas tem
acesso a informações e com isso aumenta o senso crítico. Até meados
dos anos 80 era comum as empresas contratarem funcionários aptos
tecnicamente ou com grande agilidade e força. Com o avanço da
tecnologia, sobretudo, elevou-se o capital intelectual e a busca
pela satisfação pessoal no trabalho. A nova geração de profissionais
vem com muito mais conhecimento, visão estratégica, senso
competitivo e objetivos individuais. Estes fatores influem
significativamente na forma de lidar com as pessoas. O gestor de
hoje precisa lidar com os diferentes aspectos da motivação humana,
como remuneração, reconhecimento e auto-realização.
O certo é que quanto mais se estuda, pesquisa e busca conhecimento a
respeito da melhor maneira de liderar pessoas, percebemos que ainda
há muito a aprender e realizar. A jornada é longa e, talvez,
interminável, mas efetivamente o aprendizado é gratificante. Boa
caminhada!
Rogerio Martins é Psicólogo, Consultor de Empresas e Palestrante.
Especialista em Liderança e Motivação. Sócio-Diretor da Persona
Consultoria e Eventos. Autor do livro Reflexões do Mundo
Corporativo. Membro do Rotary Club de SP Santana (Distrito 4.430).